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Do The Intercept Brasil
Jornalistas brasileiros já puderam entrevistar criminosos como Nem, Marcola ou Fernandinho Beira-Mar. Durante o ano eleitoral, no entanto, a Justiça Federal manteve a decisão estapafúrdia que impedia o encontro de profissionais de imprensa com o ex-presidente Lula. No final de abril, o STF liberou nosso pleito e eu pude finalmente entrevistá-lo. Curioso esse tempo em que dependemos de advogados para fazer jornalismo.
A entrevista completa já está no site do Intercept Brasil com legendas também em inglês. Pude perguntar ao ex-presidente sobre a Lava Jato e Moro, os desafios da esquerda no mundo, a relação entre neoliberalismo e seu governo, as escolhas do PT nas eleições de 2018 e a situação da Amazônia.
“O Bolsonaro você pode comparar ao Nero quando tocou fogo em Roma”.
Em uma hora de conversa Lula defendeu seu governo e as negociações políticas feitas durante ele: “eu nunca disse que meu governo era um governo socialista”, afirmou. Falou sobre a relação com o Congresso e as dificuldades de Bolsonaro para realizar reformas: “a nova política sou eu”, me disse ao recordar os 28 anos de mandato do ex-capitão na Câmara. Afirmou que se o Ciro quer aliados precisa “saber conversar”. E garantiu que o ministro Sergio Moro não sabe fazer política: “ele não nasceu para fazer algo além de ler o código penal”.
Lula é uma das poucas lideranças da esquerda que conseguiu vencer eleições para o Executivo em um grande país nos últimos 20 anos. Independente da sua posição política, é uma figura com grande relevância e que por isso merece ser ouvido. Recomendo que você o faça com atenção.
Essa entrevista, como todo o espetacular trabalho do Intercept Brasil, só foi possível porque nós fomos capazes de formar uma comunidade com mais de 2 mil apoiadores que financiam nossa independência e excelência editorial. Se você também pode me ajudar a realizar o jornalismo que acredito, sem amarras e com uma equipe fantástica, vem fazer parte desse movimento.
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