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Revitalizar a Ceplac é investir na cacauicultura do sul da Bahia

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Davidson MagalhãesPor Davidson Magalhães*

A cada dia mais se comprova como este desgoverno federal não dispõe de nenhum projeto de desenvolvimento para o país, ao contrário.

Uma grande ameaça agora ronda o futuro da cacauicultura brasileira. Em sua clara intenção destrutiva da pesquisa e da ciência no país, Bolsonaro decidiu atacar a Ceplac – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, instituição imprescindível para o crescimento da cacauicultura no sul da Bahia.

Vejam só: o Ministério da Agricultura determinou a transferência de 611 funcionários da instituição para a Secretaria de Defesa Agropecuária.  Considerando que há 32 anos a Ceplac não promove concurso de admissão e que o seu quadro atual é insuficiente, esta decisão certamente provocará um vazio funcional capaz de levá-la à extinção.

Não vamos permitir que mais uma aberração oriunda do desgoverno federal siga em curso incólume.  É preciso alertar e convocar a sociedade, as lideranças políticas de todos os matizes partidários e os produtores de cacau, para esta união em defesa da Ceplac.

Os funcionários e pesquisadores já divulgaram documento de repúdio total à tramóia federal de minar suas ações, transferindo seus funcionários para outro órgão.

Será que este desgoverno federal sabe da importância e dimensão da entidade para o desenvolvimento da cacauicultura no estado?

A Ceplac é de importância vital para o desenvolvimento rural sustentável do sul da Bahia. Promove a pesquisa, a constante inovação, transferência de tecnologia, assistência técnica, qualificação tecnológica agropecuária, certificação e a organização territorial e socioprodutiva.

Nunca é demais lembrar que, desde sua criação, em fevereiro de 1957, acumula conquistas, graças ao seu modelo de atuação integrada, com atividades de pesquisa, extensão rural e ensino agrícola.

Depois de enfrentar diversos problemas como a doença da vassoura-de-bruxa nos anos 80, a indústria do cacau se recuperou e se reinventou, graças particularmente à entidade.

Abriu novas frentes e além da recuperação da lavoura cacaueira, transformou a região sul em novo polo produtor de chocolate, com mais de 30 fábricas em atividade.

O cacau é o principal propulsor da agricultura familiar e alimentador das cooperativas, que geram milhares de empregos diretos e indiretos. Dos 15.256 produtores assistidos pela entidade em 2018, cerca de 12.432 foram agricultores familiares, mais de 80% do total.

As tentativas de esvaziamento do órgão nos últimos anos, aceleradas no governo Temer, são agora materializadas por Bolsonaro.  Desde 2015 e até 2017, como deputado federal e vice-presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Lavoura Cacaueira, da Ceplac e do Cacau Cabruca estamos nesta luta.

Promovi audiências públicas na Câmara dos Deputados e na Câmara de Vereadores de Itabuna, além de inúmeros debates na sede do órgão, em busca do fortalecimento da instituição. Barramos, em 2017, a tentativa de acabar a autonomia da Ceplac e transformá-la em mera subsecretaria do Ministério da Agricultura.

Agora, somos surpreendidos por mais este petardo que pode ferir mortalmente sua sobrevivência. Por tudo que foi dito, conclamamos todos à união – sociedade, sindicatos, políticos e autoridades – para juntos lutarmos a favor da Ceplac.

Para que não ocorra mais este absurdo intentado pelo desgoverno Bolsonaro que pretende, a um toque de caneta, desmontar toda uma instituição, construída com muito suor e talento dos baianos e que hoje é, sem dúvida, uma poderosa alavanca para o desenvolvimento sustentável do sul da Bahia.

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*Davidson Magalhães é secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia

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