Baixo avanço do saneamento básico nas maiores cidades do Nordeste compromete universalização nos próximos 20 anos
Novo estudo do Trata Brasil, com base no Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS 2012), avalia a situação do saneamento nas maiores cidades da região.
Salvador ocupa a 34ª colocação no Ranking do Saneamento Básico das 100 maiores cidades do país. O levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, com metodologia desenvolvida pela GO Associados, avaliou a situação dos indicadores de água tratada, coleta, tratamento dos esgotos e perdas de água nos maiores municípios do Brasil, incluindo os da região Nordeste. A capital baiana subiu duas casas em comparação ao Ranking anterior, quando aparecia em 36ª colocação com 92,49% das pessoas com água tratada e 79,20% com coleta e tratamento de esgoto, levando em conta a população estimada em três milhões de habitantes.
No novo estudo, Salvador aparece atrás de cidades como Campo Grande – MS (33ª) e de Vitória da Conquista – BA, que está à frente ocupando a 32ª posição do Ranking do Saneamento Básico. Feira de Santana é o terceiro município baiano que integra o ranking, ocupando a 67ª colocação. Os resultados expõem ainda o lento processo da universalização do saneamento básico, ou seja, o de prover acesso à água e a ligação à rede de esgoto em todos os domicílios brasileiros.
Resumidamente, podemos dizer que esta nova edição do Ranking revela que os avanços nos serviços de água e esgotos, assim como na redução das perdas de água nas 100 maiores cidades, continuam lentos e que, se manterem os mesmos níveis de avanços encontrados de 2008 a 2012, não ocorrerá a tão sonhada universalização dos serviços em 20 anos. Os resultados mostram a necessidade de haver um maior comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais, se quisermos universalizar o saneamento em duas décadas.
Uma novidade desse estudo é que foi feita uma simulação da possível universalização do saneamento para as 20 melhores e 20 piores colocadas no ranking. Os resultados mostraram que das 20 cidades melhor colocadas, 14 já atingiram a universalização e as outras 6 se encaminham para atingi-la nos próximos anos. Nas 20 últimas posições, no entanto, onde estão capitais como Manaus (AM), Natal (RN), Teresina (PI), Macapá (AP), Belém (PA) e Porto Velho (RO), apenas a capital amazonense atingiria a universalização dos serviços.
O Governo Federal estabeleceu como meta garantir que até 2033 todos os brasileiros tenham acesso aos serviços de abastecimento de água de qualidade e de saneamento básico. O prazo foi instituído pelo Plano Nacional de Saneamento Básico, criado através da Lei nº 11.445/07. Utilizados em 70% das obras de saneamento básico, os tubos e conexões de PVC são empregados desde o fornecimento de água tratada, através de adutoras, até nas redes coletoras de esgoto há mais de 70 anos.
Devido à grande durabilidade e resistência química, tubulações de PVC possuem vida útil de até 100 anos. “Estas características são importantíssimas em tubulações de saneamento, uma vez que a tubulação é, mais que um meio de escoamento dos resíduos, o elemento responsável diretamente pela contenção do esgoto em seu interior, mantendo o solo e o lençol freático em seu entorno protegidos de agentes contaminantes”, explica Américo Bartilotti Neto, diretor de Vinílicos da Braskem.
Além da característica de durabilidade o material é o mais indicado para ser utilizado em obras de saneamento básico devido ao aspecto econômico. “O PVC é, tanto em tubulações para água quanto para esgoto, a solução com melhor relação custo-benefício, principalmente nas bitolas mais utilizadas nas redes, inferiores a 300 milímetros na condução e distribuição de água e 400 milímetros em redes de esgoto. Tanto que, nestes mercados, a participação do PVC é superior a 70%”, ressalta Antonio Rodolfo, gerente de Desenvolvimento de Mercado e Engenharia de Aplicação do Negócio Vinílicos da Braskem. Atualmente, a produção de tubos e conexões de PVC, no Brasil, é de cerca de 500 mil toneladas anuais, sendo 30% destinados diretamente a saneamento básico.
A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Com 36 plantas industriais distribuídas pelo Brasil, Estados Unidos e Alemanha, a empresa produz anualmente mais de 16 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos petroquímicos. Maior produtora de biopolímeros do mundo, a Braskem tem capacidade para fabricar anualmente 200 mil toneladas de polietileno derivado de etanol de cana-de-açúcar.
(Fonte: Rafael Veloso)