No último dia 03 de agosto, primeiro domingo deste mês, o Bar A Grande Família, na Sapetinga, recebeu o show de Laiô, artista regional que carrega no canto, no violão e nas composições, a força da música autoral produzida no sul da Bahia. O espaço, conhecido por reunir amigos, apreciadores da boa música e da cultura local, encheu-se de energia e emoção em uma tarde que começou às 16h e se estendeu em clima de encontro, arte e confraternização.
Laís Marques, que a partir do lançamento do EP homônimo em 2022 passou a assinar como Laiô, é natural de Ilhéus e criada em Uruçuca. Genuinamente sul-baiana, elegeu a região como lugar de admiração e representatividade.
“Se eu pudesse escolher uma bandeira, levantaria a do litoral sul da Bahia. Defendo esses dois territórios porque foram os lugares que me formaram em valores, em relação à minha família, e que, para mim, sempre estiveram presentes”, afirmou. E completou: “Fazer isso aqui hoje, é reconhecer que a gente pode muito”.
A apresentação atraiu músicos, DJs, cantores, instrumentistas, escritores e um público fiel à cultura, formado por quem não apenas consome, mas também promove e apoia a arte regional. A artista dividiu o palco com os músicos que a acompanham e representam seu trabalho autoral: Pedro Paulo (guitarra), Thiago Loide (bateria) e Jorge Béis (contrabaixo).
“Eu circulo o país com esses artistas, músicos daqui. Acredito que, para estar em outro lugar, preciso sair daqui. É a minha banda que vai”, disse.
Entre as músicas, destaque para “Por Dentro”, faixa do disco homônimo, composta em um momento de intensa reflexão. A canção é, segundo Laiô, um lembrete de autocuidado.
“As pessoas costumam dizer que o artista e a arte curam. E eu sempre me pergunto: ‘Quem cura o artista?’. O disco Laiô me trouxe várias reflexões nesse sentido, e surgiu a música Por Dentro, que para mim é um autolembrete de que não devo me abandonar. A partir desse trabalho, entendi que minha música podia ser livre, que não precisava se encaixar em nenhum lugar, e que eu não precisava procurar uma prateleira para me tornar um produto específico. Eu podia continuar sendo plural e tendo espaço”.
Outras composições, como “Ancestral”, “Tem Dendê”, “Brisa” e “Tô Gostando de Gostar da Gente”, também foram aplaudidas.
O encontro evidenciou a potência da cena cultural da cidade e da região. Convidadas especiais abrilhantaram ainda mais a apresentação, como Jacque Barreto, Acordeana, Lígia, Mora, Carlota Serafim e Pérola Negra.
“Olha quantas mulheres incríveis a gente tem? O meu dever, enquanto artista, corpo dissidente, mulher preta e lésbica, é também abrir espaço para que outras mulheres legitimem as suas histórias”, destacou.
Trajetória e canções que tocam
Com 20 anos de carreira, Laiô iniciou sua trajetória autoral em 2012, no projeto Pão Francês, ao lado de Brenna Gonçalves, — o primeiro disco autoral gravado por duas mulheres ilheenses. Participou também do projeto Soma 3, também com a participação de Eddy Oliveira. Em carreira solo, lançou o EP Mimimi, presença constante no Festival Nacional da Canção, onde foi premiada como Melhor Intérprete, além da recente presença no Festival Toca, no Rio de Janeiro.
Parcerias e apoio cultural para encontros de talentos
O evento contou com o patrocínio do Chocolate Sagarana, Lojas Wense e Remove – Soluções em Urgência e Emergência. A apresentação encerrou a primeira temporada de patrocínio da Sagarana no bar, fortalecendo a cena artística local e mantendo viva a tradição de encontros culturais na Sapetinga.
A participação de marcas locais no fomento à cultura demonstra que, quando o setor privado se aproxima da arte, todos ganham: artistas, público e a própria cidade. Ao mesmo tempo, a singularidade dos artistas que investem em suas próprias letras e arranjos permite com que a região siga se consolidando como um celeiro de cultura e música autoral.
O Bar A Grande Família permanece como ponto de encontro de amigos aos domingos, reunindo música, poesia, boas conversas e a atmosfera acolhedora que faz da Sapetinga um destino certo para quem valoriza a arte feita por aqui.
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Este release conta com a colaboração voluntária da AK Assessoria e de parceiros da imprensa regional que acreditam e creditam na arte ilheense e do Sul da Bahia.
“A arte existe para que a realidade não nos destrua.” — Friedrich Nietzsche
Por Anna Karenina – MTB/BA 4085
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