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Pacientes cardíacos devem ter cuidado ao torcer na Copa

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Estresse causado por partidas pode elevar pressão arterial e até causar morte súbita

O estresse causado por assistir partidas de futebol pode levar ao aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, e, assim, aumentar a incidência de eventos cardiovasculares. Um estudo realizado na Copa do Mundo de 2002, na Suíça, detectou o aumento de 63% na incidência de morte súbita cardiovascular durante o evento. Um novo estudo publicado este mês na Revista Brasileira de Cardiologia, da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), corrobora as pesquisas anteriores e mostra que torcedores com doença arterial coronariana apresentaram pressão arterial superior àqueles que no mesmo momento assistiam a um filme de comédia.

Desse modo, a Socerj orienta aos que vão acompanhar a Copa a tomar medidas preventivas.


“Se tem doença cardiovascular, deve tomar seus remédios rigorosamente. Se não tem doença, mas tem sentido recentemente dores no peito, sensação de mal-estar e falta de ar, deve procurar imediatamente um cardiologista”, diz o editor da revista da Socerj e cardiologista, Claudio Tinoco.

O ensaio clínico randomizado, controlado e cruzado, realizado no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, em São José (SC), no ano de 2012 com 17 pacientes, e recém-publicado, mostrou que durante as partidas, os torcedores que assistiam ao jogo tiveram um aumento da pressão arterial, enquanto os que assistiam ao filme tiveram um relaxamento e consequente diminuição da pressão arterial.

“No momento este pequeno artigo brasileiro com 17 pessoas nos mostra que ocorre um aumento da pressão arterial, que leva a um aumento do consumo de oxigênio naqueles pacientes portadores de doença coronariana ou que têm lesões, mas não sabem, por serem assintomáticos ou nunca terem feito um check-up. Portanto, estes estão sob risco de ter um evento coronariano”, explica a presidente da Socerj, Olga Ferreira de Souza. Ela acrescenta que há relatos em alguns estudos internacionais de aumento da incidência de infarto agudo do miocárdio após jogos, terremotos, catástrofes e situações de grande estresse mental.

Durante a realização do estudo brasileiro, uma paciente, enquanto assistia à partida de futebol, sofreu angina, logo após seu time sofrer o segundo gol em uma derrota. “A angina é caracterizada por uma sensação desconfortável no peito, pois há uma redução da passagem de sangue para o coração por obstrução das artérias. O quadro pode evoluir para um infarto”, afirma Tinoco. De acordo com ele, quanto maior a pressão arterial, maior é o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Os medicamentos podem controlar tanto a pressão como os batimentos cardíacos, evitando situações de risco para o paciente.

Morte súbita – Um estudo realizado na Copa do Mundo de 2002, na Suíça, indicou aumento de 63% de morte súbita nos torcedores.

“Todo mundo que tem um parente com problema cardíaco deve saber reconhecer os sintomas de risco para AVC e infarto e também saber prestar o primeiro atendimento”, explica o cardiologista. Os sintomas de infarto incluem dor no peito, queimação, falta de ar, mal-estar, entre outros. “A dor do infarto pode irradiar do umbigo até o maxilar, por isso pode ser confundida com dor nas costas, dor no estômago, dor no ombro, por exemplo”, diz Tinoco.

Entre os sintomas do AVC estão desde a perda súbita do movimento de membros, da visão, da audição, alteração aguda da fala até confusão mental, dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente e náuseas.

Fonte: O Fluminense

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