Em nota, Unegro Ilhéus pede retratação do Batuba Beach

A República Federativa do Brasil, constituída pela união indissociável dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito, tendo como fundamentos a cidadania e a dignidade da pessoa humana.

Esses elementos balizam a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, onde a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, constituem objetivos a serem perseguidos pelo conjunto da sociedade.

Nesse sentindo, tendo como alicerce jurídico o texto constitucional, denunciamos que o racismo constitui crime inafiançável, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. Não obstante, essa prática é nociva à civilidade e aos princípios fundamentais da democracia. Assim, ancorando-se no exposto,e objetivando reafirmar seu compromisso com a luta antirracista, a União dos Negros pela Igualdade
(UNEGRO) Ilhéus, se solidariza com o estudante de Enfermagem Lucas Lelis Costa e sua amiga
Daniela Leal dos Santos Sá, ao tempo que repudia a discriminação racial perpetrada contra os mesmos pelos seguranças do Batuba Beach Sound no último sábado, dia 04 do mês corrente.

É muito contraditório que justamente no Estado da Bahia, mais precisamente na cidade de Ilhéus, que possui uma população majoritariamente negra, que casos de racismo ainda persistam, particularmente
num espaço frequentando substancialmente por afro-brasileiros, quer sejam locais ou visitantes. Desta feita, a UNEGRO exige que o Batuba Beach e a empresa responsável pela segurança do complexo venham a público se retratar sobre o ocorrido.

A UNEGRO entende que o infortúnio não ofende apenas os jovens vitimados, mas toda a população negra que frequenta aquele local de lazer e entretenimento. Ademais, a UNEGRO repudia qualquer ato de racismo que ocorra dentro do território brasileiro.

UNEGRO-ILHÉUS
Ilhéus, 12 de janeiro de 2020.