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Em nota, Unegro repudia fala de Marão

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O racismo no Brasil é tipo exportação dado a perversidade e engenhosidade com que se manifesta. Cientificamente insustentáveis, as práticas racistas, perpetradas especificamente contra os negros, são sustentadas cotidianamente por discursos depreciativos e discriminatórios, refletindo, com efeito, os resquícios do nosso passado escravocrata.

Vergonhosamente todas nossas relações sociais são racializadas em desfavor do negro, que, a despeito das interdições sofridas, resiste.
Ontem, durante o debate dos prefeituráveis, promovido pela Faculdade de Ilhéus, a fala do então prefeitos Mario Alexandre inoculou no imaginário social uma visão pejorativa sobre o “ser negro”, constituindo-se, portanto, um discurso racista. Referindo-se às antigas gestões do município, das quais seu clã político participou, fez uso da expressão “história negra de Ilhéus”.

Ora, a palavra “negra” foi associada aos malefícios e ilicitudes vinculadas ao grupo político que já comandara o executivo municipal. A naturalização destas expressões racistas não deve acontecer; demandando, pois, o repúdio de toda sociedade. Não devemos deixar de lembrar que esse episódio integra um dos milhares de exemplos de como o racismo estrutural atua contra a população negra.
O racismo persiste e nós da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO-Ilhéus), cujo compromisso é com a igualdade racial, não vamos deixar passar, já que racistas não passarão! Assim sendo, repudiamos veementemente o posicionamento discursivo do prefeito Mário Alexandre, além de exigirmos a retratação pública dessa fala racista. Não podemos mais relativizar o racismo. Seguiremos construindo uma sociedade antirracista e refutando qualquer atitude racista. Racistas não passarão!

UNEGRO-ILHÉUS
Caio Pinheiro Oliveira (Secretário de Comunicação)

Ilhéus, 29 de outubro de 2020.

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