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A situação dos povos indígenas no Brasil é dramática. O que comemorar?

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Por Professor Emenson Silva

Apesar de avanços conquistados com a Constituição de 1988, a situação dos povos indígenas do Brasil é extremamente preocupante, dramática e humilhante. E posso aqui garantir que essa lamentável situação advém da política indigenista pregada e executada de forma cruel pelo governo passado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Quem não teve o desprazer de conhecer a triste realidade dos índios Yanomami? 570 crianças Yanomami morreram de fome nos últimos quatro anos e centenas de Yanomami idosos e crianças estão em situação de desnutrição aguda, e esse número pode ser bem maior já que os órgãos que deveriam monitorar a situação foram completamente desestruturados na gestão de Bolsonaro, que desmontou inclusive a Funai.

“Os mecanismos constitucionais garantiram que houvesse uma maior proteção aos indígenas brasileiros. Mas vemos um retrocesso brutal, sofrido nos últimos quatro últimos anos. O governo rasgou a Constituição no que se refere à proteção aos povos indígenas e originários. Há três fatores que geram grande preocupação: o desmonte da Funai, a falta de atendimento especializado à população indígena em face da pandemia do novo coronavírus e a crescente ameaça da tomada das terras indígenas”, garante o professor Emenson Silva.

Para o docente, é necessário o apoio à luta dos povos indígenas/originários. “Na Austrália, por exemplo, nas recentes manifestações sociais, houve uma atenção especial com a proteção dos direitos dos povos aborígenes. E é importante que isso também ocorra no Brasil”, acrescenta.

O futuro dos povos indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas está gravemente ameaçado no Brasil. Na verdade, o futuro de todos nós. Os povos originários garantem a proteção das florestas que, por sua vez, regulam o clima e abrigam a maior biodiversidade do planeta, fonte de novos medicamentos e curas. A paralisação da demarcação dos territórios destas populações e o questionamento de seus direitos em Brasília se somam ao agravamento dos conflitos no campo.

Cresce o número de invasões de madeireiros, grileiros e garimpeiros, o desmatamento e a destruição da floresta, rios, suas culturas e modos de vida. Aumenta o risco de um futuro incerto para nossos filhos e netos.

Hoje, 19 de abril, lembrado como o dia dos povos indígenas, cabe o seguinte questionamento:

O que comemorar?

A política da segregação desse povo?

O fechamento das instituições de proteção?

A ausência na execução das políticas públicas para esses povos?

A ausência da demarcação das terras indígenas, problema crônico a ser resolvido?

E agora? O que fazer?

Emenson Silva é fundador e coordenador do Projeto e Curso Gabaritando, iniciativa social desenvolvida na cidade de Ilhéus desde 2014, que tem como meta transformar a vida dos alunos através da aprovação em concursos públicos.

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