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Ilhéus: Milhares de indígenas celebram XXIII Caminhada Tupinambá e comemoram derrubada do marco temporal pelo STF

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Na manhã do último domingo (24), mais de dois mil indígenas, além de convidados e apoiadores da causa dos povos originários, participaram da 23ª Caminhada em Memória dos Mártires do Massacre do Rio Cururupe.

O percurso de deslocamento da celebração Tupinambá tem saída de Olivença e chegada na foz do Rio Cururupe, onde está localizada a praia do Cururupe, na zona sul de Ilhéus.

Este ano de 2023, o evento teve um tom especial, em comemoração diante da derrubada do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (21), por nove votos a dois.

A maioria dos ministros do STF rejeitou a tese que considerava a data da promulgação da Constituição Federal, 05 de outubro de 1988, para definir a ocupação tradicional da terra por povos indígenas.

Durante a histórica 23ª Caminhada Tupinambá, diversos caciques e lideranças estiveram presentes no evento, como Patrícia Pataxó, presidente do Conselho dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado da Bahia (Copiba) e superintendente estadual de Políticas para os Povos Indígenas.

Na ocasião, vieram com ela, representantes das 17 etnias do estado que compõe o Copiba.

Também participaram do evento, o coordenador regional da FUNAI, Aruã Pataxó; o chefe de Gabinete da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Alexandro Reis. Ainda, o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre (PSD) e os vereadores Enilda Mendonça (PT) e Augustão (PT).

Universidades federais e estaduais foram representadas por estudantes, entre esses discentes, alunos indígenas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Movimentos sociais e culturais também marcaram presença como o da Capoeira, dos Povos de Terreiro, de ambientalistas, entre outros.
O povo Tupinambá de Olivença, como todos os anos, participou expressivamente da caminhada, com todas as suas 23 comunidades.

O vereador Cláudio Magalhães (PCdoB), de Ilhéus, indígena da etnia Tupinambá de Olivença, parabenizou a todos caciques e lideranças que estiveram diretamente envolvidos na caminhada.

“Que Tupã proteja a todos e que possamos no próximo ano estar com a nossa Carta Declaratório. Viva ao Povo Tupinambá. Mais de 2 mil indígenas presentes, nossa caminhada foi histórica, com a derrubada do marco temporal por uma votação expressiva de nove votos contra apenas dois, de dois ministros indicados por Bolsonaro, o político mais anti-povo e reacionário do Brasil. O STF enterra de vez, uma tese que já era esdrúxula e agora definitivamente inconstitucional”, declarou.

*Caminhada em Memória dos Mártires do Massacre do Rio Cururupe*

Desde 2000, a caminhada ocorre anualmente, em memória de todos aqueles que lutaram pelo território que foi invadido por Mem de Sá, terceiro governador geral do Brasil, em 1560, que dizimou várias aldeias indígenas, desde a região do Rio de Contas até a localidade onde hoje se encontra o município de Canavieiras.

A celebração Tupinambá, também reverencia a memória do caboclo Marcelino que fez uma resistência em 1929, para a não construção da ponte Pontal-Olivença, e como consequência teve sua família assassinada e sua casa incendiada, tendo que fugir.

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