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“Estar no poder é parte do enfrentamento ao racismo”, dizem pré-candidatos do movimento negro

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Presente no lançamento da iniciativa “Quilombo nos Parlamentos”, de apoio a candidaturas negras às assembleias legislativas e ao Congresso Nacional, o pastor Henrique Vieira afirmou que a representação nos espaços de poder é parte importante do enfrentamento ao racismo no Brasil.

“Vivemos numa sociedade racista. O racismo é uma violência cotidiana que provoca sofrimento, é uma ferida aberta. Para construir a democracia, é preciso ter representatividade negra”.

Candidato a deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Vieira afirmou que essa representação negra nos espaços de poder é também uma necessidade e uma reparação histórica.

Candidatos negros de partidos de esquerda de todo o Brasil participaram na noite desta segunda, 6, do lançamento da iniciativa “Quilombo nos Parlamentos”, na Ocupação 9 de Julho, em São Paulo, e destacaram a importância dessa representatividade para discutir e propor soluções, por exemplo, para o encarceramento e a violência que mira a juventude das periferias.

No quinto mandato como deputado federal pelo PT de São Paulo, Vicentinho falou durante o encontro sobre as dificuldades de aprovar pautas de interesse negro, como as cotas e o Estatuto da Igualdade Racial. De acordo com ele, a ampliação do número de parlamentares negros facilitará a tramitação de projetos dessa natureza, como o marco regulatório dos povos de origem africana.

“Com a presença de vocês, vamos conseguir aprovar muito mais do que isso. É a presença do nosso povo. E podemos dizer: aqui a coisa está preta e vai estar preta no Brasil inteiro”, afirmou o parlamentar.

“A gente não tolera mais que nossos corpos não estejam presentes nos espaços do fazer político. A gente quer estar junto construindo’, disse a professora Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro.

Anielle afirmou que os últimos quatro anos foram muito difíceis não só pela perda da irmã, mas também pelos rumos políticos do país. “A esperança é que Lula e muitas mulheres, negros e trans sejam eleitos”. Anielle não é candidata, mas se deslocou do Rio para prestigiar o lançamento do “Quilombos nos Parlamentos” na capital paulista.

Vereadora por Belo Horizonte, Iza Lourença (PSOL) disse que o voto antirracista é fundamental para construir políticas de proteção para a população negra. “Para cada um de nós no poder, há milhares sendo assassinados. Para barrar o genocídio, vamos eleger uma bancada negra. Pelo povo preto, pelo povo pobre do Brasil, vamos aquilombar a política”, disse.

Para Lívia Ferreira, representante da Coalização Negra por Direitos, na Bahia, não adianta estar nas bases tentando ajudar, se não houver políticas públicas nos lugares de poder para tirar os negros do lugar de subalternidade, onde não devem estar. “Não adianta discutir cidades sem pautar a questão racial, assim como a questão indígena e de outros povos que estão à margem”.

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