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Ilhéus, 489 anos de história: desafios para o futuro!

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Por Alessandro Fernandes – Reitor da UESC

Com uma riqueza que integra a história, a geografia privilegiada, a cultura, a biodiversidade e a economia, Ilhéus completa neste 28 de junho, 489 anos de existência.

Ilhéus, com sua sede política administrativa composta por 27 bairros, além dos seus 11 distritos em uma vasta zona rural, faz limite com nove municípios, sendo sua área litorânea a maior do Estado, constituindo-se assim num dos municípios mais importantes da Bahia. A Princesinha do Sul, como é carinhosamente conhecida, tem muito a comemorar, mas também muito a refletir sobre seu passado, presente e futuro.

Às vésperas de completar 500 anos, Ilhéus passou ao longo de sua história, por momentos de expansão e de crises econômicas, algumas delas narradas por uma variedade de escritoras e escritores, com destaque para o nosso Amado Jorge, homenageado em três equipamentos importantes para o transporte e a logística de Ilhéus: o aeroporto, a rodovia Ilhéus-Itabuna e a ponte estaiada Centro-Pontal. Esses três equipamentos nos ligam com o mundo, mas efetivamente o que ajuda a levar o nome de ilhéus ao mundo, é a sua literatura, aliás, Jorge Amado é membro fundador da prestigiosa Academia de Letras de Ilhéus.

Após a última grande crise da lavoura cacaueira, Ilhéus teve que se reinventar. O município outrora exportador de cacau em amêndoas passou a produzir chocolate, agregando valor ao produto primário e realizando o seu próprio Festival Internacional, explorando de forma mais profissionalizada o seu potencial, ao mesmo tempo em que buscou alternativas econômicas para seu desenvolvimento, como por exemplo a criação do polo de informática.

Nos últimos anos, o município, foi impulsionado por investimentos do Governo do Estado, como: a BA-649 – a nova rodovia Ilhéus-Itabuna que está sendo construída; a ponte estaiada Centro-Pontal; a construção dos hospitais Regional Costa do Cacau e Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio; a duplicação da BA 001 – trecho Pontal-Cururupe; a requalificação da Zona Norte, dentre outras parcerias dos Governos Estadual e Federal com o setor privado que viabilizam a Fiol (Ferrovia Oeste-Leste) e o Porto Sul. Este boom de investimentos públicos estimulou outros implementados pelo setor privado, destacando-se setores como a construção civil, o turismo, o comércio, a educação superior e a retomada do polo industrial.

Esses investimentos, tão importantes e necessários, trazem consigo bônus e possíveis ônus. Neste sentido, obras estruturantes são necessárias para minimizar impactos negativos, mas principalmente para proporcionar uma melhor qualidade de vida para a nossa população e para os turistas.

Pensar grande! Esse deve ser o horizonte de Ilhéus. É preciso implementar um modelo de desenvolvimento equilibrado, sustentável, inclusivo e inovador que venha modernizar o município com as tecnologias e metodologias de gestão existentes e já operando nas grandes cidades brasileiras as chamadas “cidades inteligentes”, comprometidas com o desenvolvimento urbano e também do campo, com a transformação digital, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural, com práticas de governança e a gestão colaborativas, acompanhadas por políticas de financiamento e investimentos em saúde, educação, agricultura, apoio social e em obras de infraestrutura.

Ilhéus terá que enfrentar complexos desafios, e isso exige planejamento holístico em curto, médio e longo prazos, que envolva os mais diversos atores sociais e institucionais: poder público, empresariado, classe trabalhadora, entidades de classe, Universidades, Ong’s, movimentos sociais, associações e a sociedade civil como um todo, viabilizando assim o fortalecimento do seu precioso tecido social.

Existem algumas ações sendo executadas nessa direção, subsidiadas dentre outras, por informações de instituições como as universidades, a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) Sul da Bahia, bem como ações de monitoramento social, a exemplo do realizado pelo Instituto Nossa Ilhéus.

As relações estreitas existentes no atual cenário político, entre a cidade e os governos Estadual e Federal, são fundamentais para o presente e para o futuro de Ilhéus, mas não podemos perder de vista o protagonismo do município na decisão dos seus destinos e nos da Região Sul da Bahia. Faz-se necessário criar e fortalecer articulações interinstitucionais, intersetoriais e intermunicipais.

Um exemplo dessas articulações, está presente na extensão da Rodovia Jorge Amado, que cumpre o objetivo de unir nossas duas cidades-polo, com a região, e que em conjunto como aeroporto e do porto de Ilhéus, nos conectar com o mundo.

Ao longo dessa Rodovia, também conhecida como “A Estrada do Conhecimento”, estão: a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) com seu majestoso campus Professor Soane Nazaré de Andrade, nele instalados o Centro de Inovação do Cacau (CIC), o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), a Fábrica de Chocolate da Economia Solidária, a sede do Parque Tecnológico do Sul da Bahia, e a Base Ambiental, dentre outros importantes equipamentos; o campus da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); a sede da Ceplac; um campus do Instituto Federal da Bahia (IFBA); uma unidade do SESI/SENAI, com a escola Adonias Filho e o Instituto Euvaldo Lode, além do Hospital Costa do Cacau e a Policlínica Regional.

Respeitando a diversidade e a pluralidade da sociedade ilheense, nossa maior riqueza, é fundamental refletirmos sobre nossas escolhas, nossos papéis sociais e institucionais. É mais que necessário, unirmos esforços para promovermos o desenvolvimento do nosso município. Refiro-me aqui diretamente, a todos atores institucionais e sociais citados anteriormente.

Em nome da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e do Centro de Desenvolvimento em Eletroeletrônica de Ilhéus (Cepedi), com alegria saúdo Ilhéus!

A nossa Uesc, com campus localizado no Bairro do Salobrinho, conta com um quadro de servidores composto por 800 docentes, 500 técnicos administrativos e cerca de aproximadamente 9.000 discentes distribuídos nos seus 35 cursos de graduação e nos cursos de pós pós-graduação com seus 08 doutorados; 25 mestrados e 08 especializações. A Uesc realiza assim suas atividades finalísticas de Ensino, Pesquisa e Extensão, além de promover a Inovação Tecnológica e seu processo internacionalização. Atualmente a Universidade possui convênios com 44 Instituições de Ensino Superior situadas em 19 países. Desta forma a Uesc contribui efetivamente para o desenvolvimento local e regional, cumprindo sua função social e sua tarefa precípua, que é: “transformar a vida das pessoas”. A Uesc, é um patrimônio da sociedade baiana e um orgulho de todos nós!

O Cepedi, com origem em Ilhéus, vem expandindo suas atividades para outras regiões brasileiras e já alcança outros países. Atualmente estamos desenvolvendo o software que será embarcado no primeiro tomógrafo com tecnologia genuinamente brasileira e, uma vez concluído, colocará Ilhéus no mapa-múndi da T&I.

Em 28 de junho de 2034, o Brasil e uma parte do mundo, estarão com as atenções voltadas para nosso município, pela importância da data comemorativa, afinal, Ilhéus foi uma das nossas 14 capitanias hereditárias. Neste dia, o Governo Federal, deveria transferir simbolicamente a capital do país, para Ilhéus.
As janelas de oportunidades estão abertas!
Abertos e atentos, precisam estar também nossos olhos, pés firmes no chão, braços dispostos ao trabalho, cabeças pensantes e atuantes para construção de um futuro promissor. O desenvolvimento de Ilhéus é também o desenvolvimento da própria Região Sul da Bahia, pois Ilhéus é para todos nós, um grande farol.

Viva Ilhéus!

Alessandro Fernandes

Reitor da Uesc
Economista, Administrador e Doutor em Desenvolvimento
Presidente do Conselho de Administração do Cepedi

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